História

 

A história da Serra do Cipó remonta às comunidades primitivas que acreditavam no poder sobrenatural ou mágico dos desenhos e por isso deixaram seu registro, através de pinturas rupestres. Para provar a existência dessas marcas basta se adentrar dentro das cavernas e grutas presentes na região, que possuem um acervo rico de figuras entalhadas. Por volta do século XVIII, bandeirantes, tropeiros e escravos atravessavam a serra a procura de ouro e pedras preciosas. Por ali, transportavam mercadorias e davam sustento a base da mão-de-obra colonial.
Pode-se dizer que hoje o acesso facilitado às cidades de Diamantina, Serro e Ouro Preto se deve a boa localização na porção sul da Serra do Espinhaço. Da escravidão resta ainda a trilha percorrida pelos escravos que conduz ao topo da cachoeira do Véu da Noiva.

Origem do Nome Serra do Cipó

Existem duas versões para a origem do nome da Serra do Cipó, desde o século XIX a expressão Serra do Cipó é utilizada para identificar a região onde se encontram localizadas as cabeceiras do rio Cipó afluente do rio das Velhas que pertence a bacia do rio São Francisco, possui um leito sinuoso que se assemelha a um cipó retorcido. E outra versão que diz o nome ter origem em uma mata existente na Serra que conta com uma grande quantidade de cipós.

 

Importância da região

Marcas em pinturas rupestres deixadas nas inúmeras grutas e paredões rochosos atestam a presença de homens primitivos há mais de 12 mil anos na região, isso fez com que todo esse acervo inestimável fosse considerado um importante sítio arqueológico, conforme constam de inúmeros documentos e pesquisas realizadas principalmente por estudiosos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A serra do Espinhaço inicia próxima a Ouro Preto, no estado de Minas Gerais, e segue em direção à chapada Diamantina no estado da Bahia, sendo, ao longo desse percurso, o divisor de águas entre as bacias dos rios São Francisco, Doce, Jequitinhonha e Mucuri.
Essa região era utilizada pelos bandeirantes, em busca de ouro e pedras preciosas, no município do Serro, e no cobiçado arraial do Tejuco.

Ao longo do século XIX os viajantes europeus ao percorrerem a serra do Espinhaço, embrenhavam-se na serra da Lapa, hoje denominada Serra do Cipó, não só atraídos por suas espetaculares belezas naturais, mas especialmente para conhecer e pesquisar a sua flora e fauna exuberantes.

Geologia

A base geológica da Serra do Cipó é formada por uma matriz de Quartzito, pontuada por diques e intercalações de Anfibolito, Xistos, Ardósia, Folhelhos e Calcário marmorizado. Predominam nesta região as formações Proterozóicas. Na face leste, borda da depressão interplanáltica do Rio Doce, surgem rochas Gnáissico-Graníticas do Embasamento Cristalino, além de Xistos mais ricos em Biotita.

Os solos da Serra do Cipó, independentemente de sua matriz geológica, da profundidade do perfil e da fitofisionomia que sobre eles se desenvolve, são geralmente pobres em nutrientes e ricos em alumínio trocável. A pobreza química desses solos é devida principalmente à natureza da matriz geológica dominante do sistema e, em parte, às perdas por lixiviação e erosão que o sistema apresenta. Tais perdas estão associadas ao relevo fortemente movimentado, à natureza arenosa dos solos e à pouca espessura do solum (perfil incompleto do solo, formado pelos horizontes A e B, embora nele atuem os principais processos pedogenéticos). Neste ambiente predominam solos rasos e afloramentos rochosos. Muitas vezes o perfil constitui-se de apenas uma camada orgânica sobre a rocha, sustentando uma vegetação graminóide e/ou subarbustiva.

Em áreas pontuais, o controle estrutural pode favorecer o desenvolvimento de solos mais profundos derivados do intemperismo de Quartzito, bem como onde ocorrem rochas Metapelíticas ou Metabásicas, nestes dois últimos ambientes, os solos são bem mais desenvolvidos, argilosos e igualmente distróficos, apresentando horizontes A espessos e ricos em matéria orgânica. Nestas áreas de solos mais profundos, independentemente da rocha matriz, ocorre uma vegetação que grada de arbustiva a arbórea, caracterizada pelos Capões Florestais. Ainda que se observe nestes locais uma riqueza aparente, predominam ali solos extremamente pobres em nutrientes.

Embora alguns estudos tenham revelado as características pedogenéticas mais importantes dos solos em outros setores do Espinhaço, como no Planalto de Gouveia – Diamantina, quase nada se sabe sobre os solos do setor mais meridional desta serra, onde os Capões Florestais, verdadeiras “ilhas” em meio ao ambiente campestre que os envolve, são muito comuns e relativamente conservados, apresentando uma vegetação exuberante, apesar da extrema pobreza química dos solos.

Fonte (Elton Luiz Valente)

O clima

O clima da região é tropical de altitude, com temperatura média anual de 21°C. De abril a novembro, período seco é o melhor período para cruzar os rios, tomar banhos e praticar rapel. No restante do ano, chove mais, as cachoeiras ficam mais cheias e a vegetação, mais florida.

Hidrografia

Se apresenta como divisor de águas entre as bacias do rio São Francisco e do rio Doce. O escoamento das águas é abundante, pois vários são os rios que correm em direção ao rio Mascates e Bocaina que por sua vez formam o rio Cipó, seguindo viagem em direção ao rio das Velhas, na bacia do São Francisco.

Devido ao relevo acidentado da região, várias são as cachoeiras, corredeiras e piscinas naturais formadas, gerando um grande fluxo turístico para a localidade nos meses de verão. Diversos rios têm suas nascentes localizadas dentro da área do Parque, e estudos indicam que as águas desta unidade de conservação podem ser utilizadas como padrão para monitoramento de qualidade das águas na região.